segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Saudade em três atos…


De quem tá perto
É estranho, mas às vezes, a distância geográfica pode diminuir e a ausência aumentar. Daí, a saudade vira mais um sentimento de nostalgia. Um tempo que foi e não volta. Relações que se transformam e se adaptam aos novos tempos.

De quem tá longe
De fato o extremo oposto. Quando uma relação se estreita, e a distância afasta, a saudade torna-se presente. Mais do que a falta da presença o sentimento transforma-se numa projeção de como as relações seriam, ou não, afetadas se a distância não fosse concreta.

De quem não volta
É a essência. Difícil de explicar, mais difícil ainda de sentir. Saudade no seu sentindo e significado mais concreto, real e tangível. Não se reverte. Só sente-se.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Uma mesa, alguns choppes e muita conversa…


Nunca tive dúvidas que muitas das melhores, e mais interessantes, conversas das nossas vidas acontecem numa mesa de bar. Essa foi uma delas.

Conversávamos sobre experiências que mudam nossas vidas. Aquelas que chegam e fazem uma verdadeira revolução interna. Mudam a forma de pensar, de ver o mundo, de se posicionar diante dele.

Pode ser um acontecimento gigantesco e algo completamente insignificante. Pode ser um trauma, uma viagem, um amor, um rompimento, um nascimento. Não importa. O mais importante é a medida de cada um. A percepção que cada pessoa dá a ele. E como aquele pequeno (ou grande) acontecimento será um divisor de águas em sua vida.

Ouvindo alguns dos relatos me dei conta de quantas buscas ainda tenho pela frente. Percebi que finalmente subi o primeiro degrau, de uma escada infinita, que me leva para qualquer lugar no qual eu deseje estar.

Estou aqui de olho no mundo. E em breve serei dele!

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Santa Cecília


A Praça
 Sabe esses bairros que parecem ter parado no tempo, mas ao mesmo tempo você consegue achar de um tudo, muito perto. É mais ou menos assim que eu vejo Santa Cecília.

Não conhecia, nunca tinha nem passado, antes de começar a minha busca por uma residência em sampa. Vim parar aqui por questões de proximidade. Com meu curso e com o metrô. E não podia ter feito escolha mais acertiva.

A igreja
Adoro o clima, adoro o ritmo, às vezes até esqueço que estou no CENTRO de São Paulo. Santa Cecília, principalmente ali no miolinho, tem cara de cidade de interior. Tem igreja, tem praça florida, tem banca de flores e de jornal, tem feira de rua (e de boutique)... tem tudo que cidade pequena tem. E, ao mesmo tempo, fica pertinho da Paulista, da Augusta, da Bela Cintra. Tem bar, tem shopping, tem universidade e tem metrô. É uma delícia.

A esquina
Estou começando a sentir que já criei um apego emocional com esse lugar. Uma certa sensação de pertencimento, sabe?!  Eu sou meio assim com lugares, rituais e pessoas. Gosto de tê-los pra mim e comigo. 

Fiz o percurso que costumo fazer sempre, sai de casa caminhei até o banco que fica três quadras abaixo. Na volta, fiz com a câmera as observações que costumo fazer com os olhos. Vi o prédio suntuoso e clássico, que costuma dividir a mesma esquina com lojas e uma arvóre florida.


O Altar
Olhei pro alto só pra ver até onde vai a torre da igreja. Entrei um pouco, mesmo não sendo católica gosto de entrar e admirar igrejas (e essa é particularmente bonita, com detalhes em madeira fazendo menção a primeira construção, que é de 1860). Conversei um pouco com o Deus que acredito (aproveitando o espaço). E sai pela porta lateral que dá para o jardim da praça. 


Um canto do Largo
Vi casais de namorados, senhoras passeando com seus cachorros, gente correndo (correndo muito. sempre tem gente correndo aqui. Não é mito). Cruzei todo o largo de Santa Cecília, subi pela Dona Veridiana... tantas mulheres agradáveis. 

A rua
Cheguei na minha rua e tive a certeza de que estava em casa. Engraçado essa capacidade que o ser humano tem de se adaptar a qualquer lugar. Acho mesmo que eu podia ter várias casas pelo mundo (mas isso já é assunto para outro texto).

O flamboiyant
Pra completar o cenário inspirador, acordo todas as manhãs com um belo e frondoso flamboyant, emoldurado, e florido, na frente da minha janela.  Hoje parei embaixo dele!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Um canto de cada canto


Todo viajante que se preze sabe que seja ficando pouco tempo, ou muito, em uma cidade, é preciso escolher um lugar pra chamar de seu. Serve um parque, uma rua, uma esquina. O importante é criar um vinculo com esse lugar e ter vontade de recomendá-lo pra que todo mundo sinta-se exatamente do jeito que você se sentiu quando descobriu seu lugar.

Como estou há pouco tempo aqui em Sampa, vou começar com a minha lista de cantinhos eleitos da cidade que escolhi pra morar.:

Av. Paulista
Ok, ok... Pode parecer clichê, mas confesso que não resisto a uma boa caminhada na Paulista. Mais especificamente na parte do conjunto nacional. Cine e livraria cultura, Center 3 logo na frente, Augusta ali do lado. É uma delícia.

Jazz nos Fundos
Descobri o lugar há pouquíssimo tempo. Mas sabe aqueles lugares que só de chegar você já se sente bem?!  O espaço é super escondido e pra descobrir só mesmo com indicação de algué. Fica dentro de um estacionamento, em Pinheiros, sem nenhuma placa ou indicação aparente. O melhor é que o lugar é incrível, a música é de primeira, a cerveja é gelada e os petiscos deliciosos. Ainda tem um “plus” , entre 21h30 e 22h30 o show é só para quem aprecia um bom Jazz e sabe fazer silêncio. E o melhor, entrada super baratinha pros padrões de São Paulo. Adorooooooooo!!
Endereço aqui no site: http://jazznosfundos.net/

Bar Leo
Escondido no centrão de São Paulo, mais especificamente em Santa Efigênia, é um dos botecos mais maravilhosos em que já estive. Fui apresentada ao lugar por um amigo e depois disso, virei freqüentadora assídua. Boteco bem estilão tradicional, com o MELHOR (juro) chopp de São Paulo, garçons mega-simpáticos (a maioria com mais de 20 anos de casa), e astral de bar de cidade pequena. Dica: petisco de rosbife com mostarda. Custa só R$ 24,00 e é um manjar dos deus. Se você tiver sorte quem vai preparar seu petisco é uma figura chamada Seu Luiz, que tem 90 anos , dos quais mais de 50 foram trabalhando no recinto. Uma fofura! Bier Über Alles!
Endereço aqui no site: http://www.barleo.com.br/

Parque Buenos Aires
Não chega, claro, nem aos pés do que é o Ibirapuera, mas por uma questão de proximidade acabei adotando esse parque pra chamar de meu. Ele é super charmoso, tem bastante área verde e, como todo bom parque paulista, fica no meio de um bairro gigante que é Higienópolis. Como não tenho mais o mar para me acalmar, escolhi o parque como retiro para pensar na vida. Recomendo.

sábado, 17 de setembro de 2011

Filosofia de bar

"Sem humildade e coragem não há amor."  (Zygmunt Bauman)

Há tempos andava meio carente de um pouco de filosofia. Na verdade, queria ler filosofia, mas ao mesmo tempo precisava de reflexões mais concretas. E eis que fui apresentada a Bauman, por uma colega de curso, numa mesa de bar.

Sabe quando você escuta a ficha cair (sim, sou do tempo do orelhão com ficha)? 

Foi exatamente isso. Comecei apenas a folhear, ler algumas resenhas, pesquisar sobre o autor, e ,numa simples orelha, encontrei o que procurava: filosofia com concretude ( isso existe?). 

Vou encarar a dobradinha "Amor Líquido" e "Modernidade Líquida". Em ambos Bauman aborda conceitos relacionados a recionalidade do consumo, cultura de redes, liquidez da relações, entre outros. Estou deveras empolgada. Assim que terminar compartilho as impressões, até lá: #ficadica


sexta-feira, 16 de setembro de 2011

O (re)começo do começo

Ando uma blogueira muito fajuta. Criei esse Blog com o objetivo de voltar a partilhar meus pensamentos tortos, mas confesso que nem sempre achei que estava pronta pra tal exposição.

Quando a gente resolve fazer um Blog (mesmo que seja um de receitas), não importa qual seja o assunto, a exposição é inerente. O "escrivinhador" nesse ato solitário sempre se coloca, ali, de uma forma ou de outra, na maneira que pontua suas frases. Que expõe seus argumentos. Que abre seus pensamentos para serem julgados. Ser blogueiro exige um certo narcisismo.

No início desse ano iniciei esse Blog porque queria ter essa coragem. Mas não fui adiante. Me desculpei na preguiça, na falta de tempo, na falta de assunto... Faltava mesmo princípio.

E hoje, eis que sou acometida pela vontade do recomeço. Volto ao Blog e descubro o porquê do meu hiato. Minha vida andou meio que estagnada nos últimos meses. O post de março podia perfeitamente ser o post de hoje. Os pensamentos não evoluiram muito e o momento é compartilhado.

Mas é chegada a hora da mudança e se para isso descobri que escrever é minha melhor saída. Vou fazê-la por completo. Jogarei meus pensamentos na rede, entregarei as palavras ao universo virtual, para quem sabe, invertendo minha lógica "ilógica", eu consiga encontrar algumas respostas.

Volto pra escrever sobre tudo. Até mesmo sobre receitas.




segunda-feira, 28 de março de 2011

Civilidade do Fim

Resolvi fazer um blog novo. Primeiro porque o antigo virou portfólio, e segundo, porque tava com uma saudade danada de escrever minhas baboseiras. Gosto do exercício de pensar concreto. Não por acaso, virei jornalista.

Mas voltando as amenidades, essa semana andei relendo alguns textos antigos de Xico Sá (de quem sou fã) e me deparei com a seguinte afirmação: “não há civilização no fim do amor, a barbárie e a selvageria sempre prevalecem”.

Não sei se de fato concordo totalmente com o grande Xico, mas analisando mais a fundo a afirmação, de fato o fim do amor é sempre pesado. Difícil acordar no dia seguinte e aplicar a máxima “agora somos apenas amigos”.

Essa civilidade pode até ser pretendida, mas quando o sentimento é verdadeiro, o tempo de catarse é necessário. Vai-se um pro lado, outro pro outro. Chora-se o luto. Digerese a dor. E um belo dia, depois de um longo hiato, você acorda e consegue, enfim, reatar os laços.